quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem asas e coragem


Eu não preciso saber todas as regras gramaticais. Posso – e vou - errar, e desta forma vou apagar e reescrever o que for necessário lá na frente. Posso ser crucificado, ser taxado de burro, mas foda-se. Eu nunca pedi sua aprovação.

Pra escrever, eu preciso ter uma idéia na cabeça. Preciso sonhar, observar e no papel eu mostro pra você o mundo que eu enxergo.

E isso não vale só para a escrita. Vale pra fotografia, pra pintura e pra tantas outras coisas. 

O que ainda te impede de voar mais alto? Lhe faltam asas?

Satisfação pessoal também deve ser uma divindade.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um pouquinho de Brasil iá-iá

Hoje Tom faria 84 anos. O mundo reverencia sua arte, sua música, sua poesia. E o Brasil?

Nosso país é pobre, coitado. Não de recursos naturais, nem de diversidade étnica. Somos pobres de espírito, de cultura.

Nossas crianças nunca nem ouviram falar de grandes personagens da nossa história. Não sabem quem foi Lampião, quem foi Jobim, Vinicius e tantos outros. Conhecem apenas o lixo, o resto de um país que produz em massa e sem qualidade. 

Mas nossas crianças não são culpadas. Somos nós, os adultos e idosos, os grandes vilões.

Preferimos a rádio comercial, os filmes violentos, a cultura do individualismo. Isso tudo é muito mais fácil, simples, prático.

Falta plantar o amor nos “mais pequenos”. Terra fértil não nos falta. O que não se vê é vontade.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Café e fumaça

Pode ser de máquina, expresso, ou coado numa meia suja. Pode ser saboreado em casa, sozinho, ou numa mesa de um restaurante requintado da área central, com muitas outras pessoas.

Tem gente que bebe muito. Outros só de vez em quando. Pode acompanhar um biscoito, anteceder um cigarro ou suceder um almoço bem servido.

O café, pra mim, ainda é um grande mistério. Talvez seja esse produto glamuroso por frescura de seus apreciadores. Ou pode ser que o problema seja daquele que não sente prazer em degustá-lo.

Como não sou um apreciador, fico com a primeira opção.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pra viver em paz


Querem fazer da gente eternos vencedores. Aqui não é permitido o choro, o abatimento, o arrependimento. Dizem que se arrependem apenas das coisas que não fizeram. Quanta bobagem!

A vida, sendo feita de caminhos, desperta curiosidade. Temos que escolher, mas ficaremos sempre curiosos em saber o que aconteceria conosco se fossemos pelo lado contrário, pelo caminho oposto.

O sorriso precisa estar estampado no rosto a todo instante, mesmo que este esteja amarelado, sem graça.

São muitos padrões, estabelecidos sei lá por quem. Homem que chora é veado, mulher que toma a iniciativa é puta.

Muita chatice para um só lugar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cadeiras, garrafas & amigos

Poderíamos, num sábado à noite, parar numa balada caríssima, cheia de “gente bonita” e descolada, com um som alto e vibrante, e curtir até o amanhecer. Gastaríamos horrores, daríamos muitas risadas bêbados e no outro dia sobraria apenas o “zumbido no ouvido”. Teríamos sorte se lembrássemos de alguma coisa realmente boa. 

No fim das contas, choraríamos o desfalque na carteira, mas contaríamos vantagem para que os outros soubessem que somos extremamente felizes.

Mas preferimos outros meios. Algumas cadeiras, garrafas de cerveja e uma boa conversa por horas que passaram como um raio em dia de chuva.

Realmente a amizade não precisa de muita coisa para se realizar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A grande piada do português

O Rio de Janeiro está literalmente na lama. A chuva levou tudo na região serrana, e quem estava e morava por lá, não sabe o que vai fazer da vida daqui pra frente.

A mídia está parecendo urubu na carniça, mas não vai adiantar muita coisa. Pelo visto, não morreu nenhum parente do Sergio Cabral e de sua trupe. Ou seja, pra eles, aquele povo miserável que se lasque. Armam um joguinho político aqui e acolá e fazem de conta que estão tentando resolver a merda que são responsáveis.

A grande “piada” desse desastre, é que Portugal dias atrás sofreu bastante com as fortes chuvas. E pelas contas dos homens de lá e de cá, lá na Ilha da Madeira choveu muito – mas muito mesmo – mais do que aqui no Rio. E sabe quantas pessoas morreram? “Só” 48. Enquanto aqui, até agora, foram mais de 400.

E aí brasileiro, que adora levar vantagem em tudo, bancar o espertão, o sabe-tudo, não sabe o que fazer nessas horas. É agora que a gente vê quem é o personagem das piadinhas, o que ri por último.

E não adianta jogar a culpa toda em cima dos políticos. Afinal, quem botou eles lá foram os mesmos que perderam tudo na enxurrada - outros que por sorte se salvaram. 

Esse é o preço que a gente paga por não saber escolher nossos representantes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Atenda se quiser

Eu não sou diferente de você. Posso ser mais alto, mais gordo ou mais careca, mas tenho quase certeza que você tem um celular, como eu. Pelo menos nesse ponto, somos parecidos.

E falando em celular, queria te fazer uma pergunta: quando você comprou o seu, o vendedor te falou de alguma cláusula no contrato em que você era OBRIGADO a atender o mesmo, até quando não quisesse?

Pergunto isso porque acho estranho. Dias atrás estava conversando com uma pessoa aqui no trabalho, e outro funcionário me ligou. Como eu estava ocupado – conversando pessoalmente com essa pessoa -, deixei o celular pra depois. Acho isso justo, afinal, comecei a outra conversa primeiro. E o funcionário – o do celular – ligava insistentemente, como se eu fosse obrigado a deixar o outro de lado para atendê-lo.

Quando terminei a conversa pessoal, liguei de volta para o chato do celular. Até aí já tinha umas 42 ligações perdidas no meu telefone, e além de ter que ouvir uma pergunta imbecil sobre a empresa, tive que agüentar o infeliz reclamando que eu demorei pra atendê-lo.

Já aconteceu isso com você também? Se sim, somos parecidos mais uma vez.

Eu não sei de onde as pessoas tiraram essa idéia de que somos obrigados a atendê-las a qualquer momento, como se fossemos desocupados. E se a regra for essa, vou fazer questão de não cumprir.

Portanto, tá avisado: quer falar comigo? Liga uma vez que eu retorno assim que puder/quiser. Passou disso, vou te deixar pra depois – se insistir muito eu até ignoro -. E não venha me dizer que eu não avisei.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O problema de sonhar

Não há problema algum em sonhar, em ser um sonhador. Desde que, durante o sonho, você não esteja dormindo. É bem provável que durante uma bela noite de sono, você tenha inúmeros sonhos. Mas ao amanhecer, certamente será engolido por uma imensa preguiça.

É a preguiça que faz dos nossos sonhos um mero plano incompleto, frustrante. É ele que nos deixa parado esperando sabe-se lá o que. Sonhar vai além de um simples pensamento. Exige esforço, dedicação e principalmente atitude.

O bom mesmo é sonhar acordado. Sonhar, planejar, rabiscar o caderno velho. O bom mesmo é sonhar em pé. Sem essa de “depois eu vejo isso aí” ou “amanhã a gente faz!”. Frases assim são um prato cheio para a preguiça. Afinal de contas, de alguma coisa ela precisa se alimentar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Conversa de elevador


Se você - humilde leitor desse jornal - trabalha na manutenção ou instalação de elevadores, vou te dar uma boa notícia: está sobrando oportunidades de emprego na sua área de trabalho.

Um bom lugar para pedir emprego é na agência da Caixa Econômica Federal, localizada no centro de Americana.

Há mais ou menos 6 (seis) meses, o único elevador do prédio encontra-se parado. Não sei exatamente o motivo que o faz ficar nessa situação por tanto tempo, mas acredito que o problema seja a falta de mão de obra qualificada para colocá-lo em funcionamento novamente. Difícil acreditar que os bons profissionais estejam no mercado e o banco não tenha dinheiro para contratá-los e solucionar o problema.

Caso você se interesse pela oportunidade, saiba que estará ajudando muitas pessoas. Quem freqüenta esta agência regularmente sabe que o estacionamento, localizado no subsolo, é um terrível obstáculo para alguns aposentados, mulheres grávidas ou portadores de necessidades especiais. Até existe uma escada no local, mas uma pessoa que utiliza cadeira de rodas, por exemplo, ficará “ilhado” no local caso não seja ajudado por outras pessoas.

Quem deveria resolver o problema certamente não precisa do tão “luxuoso”elevador, mas existe uma infinidade de pessoas que iriam agradecer muito por ter esse serviço a disposição. Cá entre nós, 6 meses pra arrumar um elevador é tempo demais e não existe explicação para tamanha incompetência.

Num tempo que se fala tanto em respeito aos clientes, é inadmissível que uma empresa trate os seus desta forma. Mas acredito que neste caso, “eles” não se importam com isso, afinal, quem precisa ir até a tal agência – aposentados, pensionistas e outros - não possui outra alternativa.

Solidariedade, respeito e até generosidade deveriam ser mostrados em pequenos gestos, não em árvores de Natal ou Papai Noel de plástico na decoração do interior da agência. Até porque, se o Papai Noel fosse de verdade, não conseguiria subir tantas escadas e rampas para entregar o presentinho do gerente.

Ps: Texto enviado para o Jornal O Liberal. Não foi publicado, mas serviu como pauta para uma matéria.

O liquidado da vez!




“Grandes remarcações”; “Saldão de Natal: descontos de até 70%”; “Liquidação total: 50% off em toda a loja”. Essas são algumas das frases feitas que encontramos pelas lojas de Americana e região neste começo de ano.

Para poucos – infelizmente – esse é o grande momento de gastar o 13º salário. Está tudo mais barato, mais acessível, e se você chorar um pouquinho com o vendedor acaba ganhando um desconto ainda mais especial.

Claro que alguns produtos não podem ser deixados pra depois. Não se pode esperar Janeiro para comprar o peru para a ceia de Natal, por exemplo. Mas a maioria dos presentes – excluindo as crianças que ainda acreditam em Papai Noel – podem e devem ser deixados pra depois. Principalmente para os adultos, que costumam reclamar do preço dos brinquedos para as crianças, mas não titubeiam em comprar as últimas novidades da informática e telefonia por preços abusivos.

Essas grandes liquidações, pra mim, não passam de uma grande brincadeira com o consumidor. Sei que o Natal é uma boa época para se vender, e pela demanda ser grande, os preços acabam aumentando. Sei também que em Janeiro as pessoas consomem menos, portanto, os preços tendem a diminuir. Só não consigo entender como uma camiseta, por exemplo, que na semana do Natal custava 100 reais, passa a custar 30 duas semanas depois, sem haver troca de coleção.

Das duas uma: ou os lojistas estão tendo lucros astronômicos e se aproveitando da nossa boa vontade – que na verdade é nosso suado dinheiro – ou estão “queimando” mercadoria nas lojas. Analisando bem, não acreditaria na segunda opção nem por decreto.

Pior é quando você, na semana do Natal, compra um presente e acha que pagou um preço justo pela mercadoria, e vê na semana seguinte o mesmo produto com 70% de desconto. É um bom motivo pra nunca mais entrar naquela loja. É um bom motivo para aquela loja perder mais um cliente.

Pra quem já gastou todo o dinheiro, não tem mais volta. O que se pode fazer é evitar de voltar na loja em que você deixou seu suado dinheiro. Pelo menos assim você não vai ver que o que você comprou já está desvalorizado, se sentindo um idiota olhando para aquela vitrine sorridente, que insiste em divulgar o Saldão de Natal.