domingo, 27 de fevereiro de 2011

Questão de educação


Eu sou chato, ranzinza e muitas vezes parece que sou muito mais velho do que diz meu RG. Mas juro que dessa vez eu tenho razão.

Não interessa se a praça de alimentação tem ou não umas tiazinhas pra pegar o lixo das mesas. É questão de educação cada um, ao final da refeição, pegar o seu prato e levar até a lixeira. Parece tão simples, mas para uma boa parte das pessoas é muito difícil de entender isso.

O que custa fazer isso? Vai morrer ou estragar as unhas?

Tem coisas que realmente não dá pra entender. Ou servem pra gente entender porque esse mundo nosso está assim. 

É tudo uma questão de educação - ou a falta dela.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O sono é uma mentira



Não era nem 9 da noite quando me deitei na cama. Como de costume, apaguei a luz não sem antes escovar os dentes. Assim que deitei, fiz minha breve oração.

30 minutos depois eu já tinha dormido. Não tenho tanta certeza disso porque eu dormi, e como se sabe, dormindo a gente passa a não ter certeza de mais nada.

Às 2 da madrugada eu estava de pé. A casa estava mergulhada num silêncio absoluto, e eu já estava cansado de ficar deitado naquela cama quente. Tomei água, mijei e fiquei um bom tempo olhando pela janela da sala. Não vi ninguém passar e voltei para a cama.

E pra quem já estava cansado dela, eu até que adormeci logo. Sonhei com inúmeras coisas, pessoas, mas não me lembro de nada. Também não faço questão disso.

6h55m. O grande momento chegou. Não pra mim, mas para o despertador, que gritava alto e incomodava quem ainda dormia. Junto com aquele barulho veio a preguiça, e eu não tinha vontade nenhuma de levantar daquela cama que há poucas horas me incomodava.

Pra quem dormiu cedo na esperança de acordar disposto, aquela preguiça era mais do que frustrante. Eu me sentia mal, como quem apanha na rua sem ter pra onde correr. É por isso que o sono é uma grande mentira. 

Ele vai me arrastar até o fim desse dia. Pelo menos eu espero.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vitrola


A minha vitrola não toca mais o que eu quero ouvir. Coitado de mim, que nem nela mando mais. Se ao menos ela tivesse ganhado vida própria, feito suas escolhas através de sua “experiência” de vida. 

Ela se foi com outro alguém, que certamente a fará mais feliz. Será?

Prefiro acreditar que não.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tarde chuvosa de domingo

Não acredito na balela de 2012. Mas hoje eu tive a sensação de que se esse ano – e o famoso dia do fim – chegar, vai ser um caos inimaginável em todos os lugares.

Estava a tarde num shopping, aqui em Americana/Santa Barbara d’Oeste – porque o shopping fica na divisa, mesmo que seja do lado barbarense – esperando a Maine cortar o cabelo. De repente começou uma chuva esquisita, um vento fora do comum e o caos se instalou.

Pessoas correndo sabe-se lá pra onde, desesperadas, gritando. E era só uma boa chuva de vento, que entre outras coisas derrubou uma porta de vidro, um pedaço do teto e cortou a energia do lugar.

Tudo bem que assusta, dá uma impressão ruim e pode dar certa dose de medo. Mas não era pra tanto.

O que me assusta é que as pessoas não conseguem manter a calma nas horas difíceis, o que piora ainda mais a situação, não apenas na hora do temporal.

Por essas e outras é que 2012 será um caos, quase igual ao que eu vi hoje a tarde num “temporalzinho” de verão. Se é que ele vai aparecer por aqui. Se bem que se for mesmo o fim do mundo, vale o desespero. Mas só se for o fim.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pra quem não tem medo da chuva



Eu não seria louco de dar conselhos à uma mulher. Não que eu tenha medo, mas acho que uma atitude assim soaria como pretensiosa demais para quem pouco entende do universo feminino. Portanto, queria apenas fazer uma observação, que pode ou não ser levada a sério.

Pra mim, as mulheres perdem muito tempo procurando o “homem ideal”. Procuram os “saradões” em academias de ginástica/musculação, os “inteligentes” em escritórios abarrotados de papéis ou os “bem-resolvidos” dentro de carros conversíveis com alto valor de mercado. Mulheres, me desculpem, mas esqueçam esses homens e esses lugares.

Se quer mesmo achar aquele homem que vai trazer o café da manhã na cama pra você, que te trate bem e que seja até mesmo corajoso, o procure num dia chuvoso. Sente numa praça, daquelas que tem em todo centro de cidade (independente de qual cidade) e fique observando os homens que passam. Veja suas reações em relação a pequena garoa que cai e como reagem. Descobrirá assim quem são os verdadeiros “gentleman” desse mundo.

Você se casaria com aquele engravatado que corre da garoa como quem corre de um bandido armado? Que homem é esse? E o musculoso, que coloca aquele “papelãozinho” sobre a cabeça e caminha rápido, como quem procura um lugar seco e com uma toalhinha pra enxugar o bíceps. Esse é o homem ideal que você tanto procura? Se esses caras tem tanto medo de uma garoa, de uma chuvinha, já pensou nos outros medos que eles possam ter?

As mulheres deveriam olhar para aquele sujeito que, mesmo com a garoa sobre a cabeça, anda calmo, tranqüilo. Que não tem medo de uns poucos pingos d’agua sobre o corpo e nem medo de chegar ao seu objetivo com a camiseta respingada. Esse sim é um homem a ser notado, observado e elogiado. Os que andam com um bom guarda-chuva também são admiráveis. No mínimo são homens precavidos, e para uma mulher, precaução nunca é demais.

Claro que você mulher vai ver se esse sujeito é bonito ou não, se tem boas histórias pra contar na mesinha do bar e até mesmo se possui algumas posses (um guarda-chuva é um bom começo). Mas mesmo com todas essas exigências, não seja tola em duvidar do tipo de homem que citei acima. Esse homem que anda tranquilamente sob a garoa é o sujeito corajoso que jamais colocou os pés na sua vida. E sabe o que é pior? Isso só não aconteceu por culpa sua, que nunca deu oportunidade para os calmos e decididos.

Já parou pra pensar dessa maneira?

Se “sim”, você pode estar prestes a sanar mais um problema na sua vida. Se “não”, calma. Não se desespere também, como o anti-herói citado acima. Apenas continue se divertindo com os “fortões e corajosos” que morrem de medo de uma fraca garoa.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu não quero ser herói!

Foto de Bruno Brunan

Deve ser fantástico ter um filho.

Existem muitas razões para que eu possa fazer da frase acima uma afirmação, e não uma interrogação. A primeira delas é que um filho se “faz” num ato prazeroso, único. A segunda é que um filho, inevitavelmente, passa a ser a continuação da família. Da família, e não dos pais.

Mas os pais não entendem isso. A maioria quer fazer dos filhos sua própria existência, quando não uma extensão da própria vida. Querem escolher a profissão da criança, o time de futebol pelo qual ela vai torcer, e se bobear até o corte de cabelo.

Eles buscam, incansavelmente, a fama de heróis para os filhos. Tudo em vão.

Somos todos feitos de carne e ossos, vitórias e derrotas, qualidades e defeitos. Desculpem-me aqueles que acreditam em heroísmo, mas para as crianças, heróis são no máximo alguns bonequinhos de Comandos em Ação.

Quando somos crianças, todos nos perguntam o que queremos ser quando crescermos. Só que ninguém nos leva a sério com 5 anos de idade, claro. Mas a pergunta deveria se repetir quando completamos 18, 20 anos. Porque temos vida própria, queremos caminhar com as próprias pernas.

Mas os “heróis” tem medo. Medo da resposta que não lhe agradaria. Medo de saber que o caminho do herói está ultrapassado, ou que é totalmente desinteressante. Medo de que um dia acabe como os  bonecos do Comandos em Ação, numa gaveta de bagunças.

Porque é lá que todo herói vai morar. É lá que todo herói será esquecido.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Enquanto os idiotas aplaudem


Adoro as festas de fim de ano. Falo desse mesmo que se passou há alguns dias, onde as pessoas se vestiram de branco, tomaram seus espumantes vagabundos e fizeram mil promessas de viver melhor, respeitar mais o próximo e todos esses planos que nem o papel aceita mais. E olha que dizem por aí que ele aceita tudo.

As pessoas falam muito na famosa paz. É por isso que vestem branco, e é também uma pena que nada do que pedem seja de fato verdadeiro.

Essa semana tivemos uma situação que exemplifica tudo o que eu quero dizer. Tivemos a luta entre Vitor Belfort e Anderson Silva, no tal UFC – que pra mim não tem diferença nenhuma se comparado a uma rinha de galo. E durante toda a semana, ouvimos muitas pessoas falarem do assunto, que também virou matéria de jornal, revista e programas de televisão. E as pessoas deliravam com o assunto.

E é aí que mora a minha inquietação. Onde estariam os pedidos de paz que foram feitos há um mês atrás? Que mundo é esse que queremos? Vibramos – como quem chega ao orgasmo - quando vemos uma luta de vale tudo, onde vale literalmente tudo. E isso é normal?

Não. Não me venha dizer que isso é um esporte e que isso é apenas mais uma competição. Esporte é sim uma competição, mas não uma guerra onde perde aquele que sai direto para o hospital ou no mínimo ensangüentado. Me desculpe, mas isso não é esporte.

Admiro – ou simplesmente sinto medo – desses caras que lutam e se batem até matar ou morrer. Mas acho ridículo quem delira com isso, que acha o máximo ver duas pessoas se pegando num ringue. 

E são esses que reclamam da TV brasileira, que reclamam do Datena e do seu sensacionalismo e que o mundo está violento, frio. São esses que acham o fim do mundo o marido bêbado que agride a mulher e os filhos quando está alcoolizado, ou que os adolescentes estão no mau caminho porque bebem, fumam seus baseados e brigam na saída da escola.

São todos idiotas, imbecis e o que é pior: hipócritas.

No próximo ano, nos poupem das roupas brancas. Vistam logo cuecas, calcinhas e camisetas vermelhas, não para lembrarem e exaltarem o amor, e sim o sangue, a violência e a falta de caráter.

Quem sabe um dia você não vira notícia. Seria lindo se o Datena desse em primeira mão no programa dele a notícia da sua morte, se possível por espancamento. O que você acha?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Faz alguma falta?


Acabei de ler “Nada me faltará”, de Lourenço Mutarelli. Não quero fazer aqui uma resenha de um livro que eu achei muito bom, e sim discutir alguns conceitos e idéias que nele foram apresentados.

O livro conta a história de Paulo, um cidadão comum com seus 30 e poucos anos, que um dia sai de férias com sua família e acaba desaparecendo junto com as outras pessoas que o acompanhavam. Um ano depois, Paulo reaparece na casa da mãe, sem a mulher e a filha. O problema é que Paulo não consegue se lembrar do que aconteceu nesse período.

A história toda gira em torno desse dilema, que não é revelado no livro. Portanto, não sabemos exatamente o que aconteceu nesse período. Muitas pistas são dadas, muitas suposições são feitas, mas ninguém prova nada. Não se sabe se Paulo é vítima ou vilão da história. E diante de tanta pressão, muitas vezes ele mesmo se confunde.

Durante seu dilema, Paulo faz sessões de análise com um psicólogo e algumas questões são colocadas. Como ele não lembra desse período, ele não sente falta de nada e nem de ninguém. Pra ele, aquele período simplesmente não existiu, o que causa ira dos seus amigos e principalmente da sua mãe, que acha um absurdo o filho não sair pela cidade procurando a sua mulher e a filha.

E o dilema de não ser entendido não é apenas de Paulo. É nosso. Repare: parece que caminhamos sempre por um código de conduta pré-estabelecido, escrito sabe-se lá por quem. Temos reações prontas, para os mais variados problemas, e se por acaso fugimos desse padrão, somos taxados de frios, calculistas, insensatos entre outros adjetivos.

Temos que chorar sempre que alguém morre, lamentar a falta de pessoas que nem são tão importantes para nós, nos indignar com assuntos corriqueiros e tantas outras situações.

Por mais que a sociedade pregue a liberdade e a individualidade, não é o que vimos por aí. Qualquer atitude diferente é logo julgada, condenada.

Essa é mais uma questão controversa, que merece uma discussão mais ampla e antes de qualquer coisa uma boa dose de sinceridade. 

Como sinceridade não é algo que temos em abundância por aqui, sofremos por não saber o que realmente somos, nem o que sentimos. Apenas caminhamos conforme o caminho que nos traçaram, sem reclamar, sem nos mover como realmente queríamos. Não sei se é medo, ou preguiça de enfrentar o desconhecido, mas parece que vai ser sempre assim. Não fugiremos disso. Nem o Paulo, nem ninguém.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Caro Ronaldo

É Ronaldo, não deu né? Mais um ano que se passa e a mesma história “sem graça” que se repete. Mas não fica triste não, porque você não foi o primeiro e nem vai ser o último a lamentar a perda da Libertadores pelo Corinthians.

Eu entendo seus motivos. Sei que o campo era ruim, e isso foi uma grande injustiça com a sua equipe. Afinal, até ano passado a Libertadores era jogada em gramados que mais pareciam um tapete. Parece que as coisas sempre conspiram contra vocês né?

Não liga para o que essa gente fica falando. Você sempre deu o seu melhor, todos nós vimos. A culpa é dos outros jogadores que não te ajudam, que não sabem tratar a bola como você trata. Não fique triste, achando que a culpa é da sua barriga que está só um pouquinho maior do que deveria, ou do seu churrasqueiro particular que prepara tão bem suas refeições receitadas pelo nutricionista. Nada disso.

Como eu disse, você não é culpado de nada. Quem é seu fã de verdade, amanheceu ainda mais feliz. Todos nós sentimos aquela sensação de dever cumprido, de alegria.

Um dia essa gente ingrata te esquece, fica tranquilo.

Valeu Ronaldo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Palavrinhas e palavrões

Cu não é um palavrão. É no máximo uma palavrinha, apertada, e que não aceita acentuação (de jeito nenhum).

Está achando estranho esse papo né? É que eu queria falar dos palavrões, tão presentes em nossas vidas.

Tem gente que não fala, mas pensa. Afinal, a melhor forma de reclamar é soltando um palavrão. 

Chutou o cantinho do sofá com o dedinho? Pisou na merda enquanto andava atrasado na rua pra pegar aquela reunião do trampo? Tomou calote daquele que se dizia seu amigo? Solta um palavrão.

Os problemas podem não se resolver, mas você vai se sentir mais aliviado. Palavrão é obra divina, foi a forma que Deus encontrou pra não virarmos homicidas por coisas banais.

E se você chegou até aqui e não gostou nada do que leu, relaxa. Tem um campo aí embaixo que se chama “comentários”. Solte o primeiro palavrão que lhe vier a cabeça e seja feliz.