domingo, 17 de julho de 2011

Eu uso óculos


Preciso de óculos. Infelizmente "vejo que já não vejo" como antigamente, onde tudo era bem mais claro e sem distorções. Não queria acreditar nisso, mas o destino desenhou meu futuro - e minha caricatura - com 4 olhos, como diziam na escola.

Vou ao médico e tenho medo de quando pegar a receita. Que óculos vou escolher? Será que é melhor escolher um mais tradicional, daqueles que todo mundo tem, ou algum mais extravagante, com armações grossas e vermelhas? Melhor ser nerd ou emo? Existe meio termo?

Não vai ser fácil me adaptar com esse intruso. Não sei se meus olhos mereciam isso. Acho que eles aceitariam melhor se os tais óculos viessem junto da velhice, daqui uns 20, 30 anos. Mas acho que não vai ter jeito.

Ainda bem que eu não moro no Leblon. Menos mal.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

São apenas porcos soltos por aí.


Quando eu vejo alguém jogando um pedacinho de papel pela janela do carro, pedacinho mesmo, eu perco mais um pouco da pouca esperança que eu ainda tenho.

Não é possível que as pessoas não consigam enxergar e ver que um pedacinho de papel pode influenciar muito pouco no meio ambiente - como elas pensam -, mas mostram o quão ignorantes e imbecis elas são. E isso, infelizmente, não é difícil de se ver por qualquer cidade do Brasil.

Perco as esperanças porque direta ou indiretamente, é dessas pessoas que dependemos. São essas mesmas pessoas que deveriam ter mais consicência não só ecológica, mas política e social. São essas pessoas - ou esse grupo de pessoas - que tem na mão a oportunidade de mudar muita coisa, de fazer do nosso mundo um lugar bem melhor e simplesmente jogam essa oportunidade pela janela, como fazem com o papelzinho.

Mas não dá pra apostar uma só ficha em pessoas assim. Não dá pra apostar uma só ficha na humanidade. Infelizmente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O homem e sua reputação

Rui e Vani no carro


- Por que você mentiu pra eles?
- Eu?
- Você disse que nunca tinha dançado pelado na minha frente.
- Tudo o que um homem tem na vida é sua reputação.
- Pois eu tô pouco me lixando pra minha reputação.
- Seria um pouco tarde pra se preocupar, de qualquer maneira.
- Não entendi.
- Vani, teu filme tá queimadíssimo.
- Meu filme?
- Outro dia eu peguei o porteiro do seu prédio comentando sobre você com uma outra moradora.
- Comentando o que?
- Acho melhor nem te dizer.
- Vai dizer sim! Comentando o quê?!
- Que você anda no elevador de biquini.
- Ué! Claro que ando! Eu moro a três quadras da praia!
- Vani, você nunca vai a praia.
- Não interessa. Eu moro na região da praia, posso sair de biquini na rua.
- Você sai de biquini na rua sem estar indo à praia?
- No verão, ora! Quando tá meio calor! Que que tem? Tá assim de mulher de biquini pela rua.
- Sim! Todas indo ou voltando da praia!
- E quem vai saber se eu tô indo ou voltando da praia?
- O porteiro!
- Caguei pro porteiro!
- O porteiro conta pra todo mundo!
- Caguei pra todo mundo!
- E eu?! Você não pensa em mim?! Eu vou passar na rua e vão dizer: "Ih, olha lá aquele cornudo que é noivo da piranhuda!".
- Caguei pra você!

(Textículo retirado de  "Os melhores momentos de Os Normais", achado num sebo de Americana por um preço camarada)

sábado, 9 de julho de 2011

Festival de cinema de Paulínia: eu fui! (mas não entrei)


Em 10 notinhas, tudo sobre o Festival de Cinema de Paulínia, que foi nota 0.

1) Saímos cedo de casa, como dizem os especialistas. A sessão estava marcada para as 21hs, mas acho que muita gente pensou ainda mais rápido do que eu. Às 20h05, a fila já era kilométrica, dessas que desanima até brasileiro que não desiste nunca.

2) Vão dizer que foi um sucesso. Vão dizer que as sessões lotaram e todo esse blá blá blá. Não deixa de ser verdade, mas ocorreu que quem chegou cedo e entrou, não saiu mais. Ou seja, se o teatro tem lugar para 1500 pessoas, elas entraram e não saíram antes do fim da última sessão. Quem chegou depois, perdeu tudo. Quem chegou antes, assistiu tudo sem nem precisar levantar o bumbum da cadeira.

3) Sobre o frio de sexta-feira à noite eu nem preciso comentar muito. Até embaixo do cobertor a situação estava crítica.

4) O filme que eu queria ver tinha se chamava de "O Palhaço", do Sélton Melo. Depois de chegar, ver o tamanho da fila - que não andava - e passar tanto frio, eu e a Maine concordamos que os palhaços éramos nós.

5) Já é foda ficar na fila - embora tenha gente que goste -, mas fazer "amizade" com pessoas escrotas e mentirosas nesses lugares é ainda mais desanimador. A pior de todas foi que num único evento naquele lugar em que acontecia o festival, no carnaval, roubaram 600 veículos de uma só vez. Haja ladrão.

6) Só pra estacionar meu velho e bom carro paguei R$25,00 - quase o preço dele. Só depois que paguei que fui entender o porquê do evento ser "de graça". O bom é que como eu fui lá atoa, não assisti nada, devolveram minha grana. Dos males o menor.

7) Depois de passar frio, raiva e escutar mentira, perdí o carro no estacionamento. Se em shopping já fica difícil a localização, imagine num descampado desconhecido.

8) Não sei se eu sou relaxado demais, ou se sou autêntico. Ando sempre do mesmo jeito - tipo tênis velho, calça jeans, camiseta e blusa de moleton -, mas tem gente que se produz demais. Não sabia que em festivais de cinema ou literatura a barba era item indispensável, além de chapéu e óculos com armação grossa. Já as garotas, mesmo estando frio do caralho, não deixam de ir com seus vestidinhos minúsculos pra mostrar seus dotes. Ainda vão me dar um bom motivo pra se vestirem assim.

9) São eventos assim que me motivam cada vez mais a baixar filmes na internet - Filmescomlegenda.net está aí pra isso. Quando cobram, cobram caro. Quando é de graça, "a parada" só acontece pra quem é influente. Então foda-se também.

10) Selton Melo passou do meu lado e fez que não conhecia. Sucesso subiu a cabeça. Canalha!

terça-feira, 5 de julho de 2011

É de mentira. Que pena!

Duas cenas, uma utópica e outra tristemente real, acabaram de me ocorrer.

Cena 1: Na novela Morde & Assopra - não vou ser mais um a dizer que só estava mudando de canal -, durante uma manifestação dos professores, o sargento da polícia deixou a hipocrisia de lado e corajosamente mudou de lado. Ao invés de ficar defendendo o prefeito e sua corja, passou pro lado do povo e fez coro para que o 13º salário fosse devolvido aos professores da cidade.

Cena 2: Em Ribeirão Preto, durante uma reintegração de posse, um policial "arremessa" mulheres pra fora de seus barracos, como quem quer manter a ordem (?) e defendendo os direitos dos donos da terra. Pra eles, foda-se o povo que não tem onde morar. E atitudes assim vindas justamente de policiais, que reclamam tanto - e justamente - por melhores condições de trabalho e melhores salários. Jornal Nacional, logo após a novela não me deixa mentir.

As cenas acima me chamaram a atenção porque eu sempre acreditei que a polícia deveria agir em defesa do povo. Quando tratamos de um assunto que diz respeito a todos, como os desmandos políticos que somos submetidos todos os dias, um polícial deveria se comportar como qualquer outra pessoa, ter sua opinião. Manter a ordem não é proteger canalhas. Esse não é o ofício da polícia, mas é como ela se comporta.

Eduardo Galeano, num de seus textos, cita que certo dia passou a reparar nas pixações das grandes cidades. E numa dessas observações, uma parede lhe disse: "E se houver uma guerra e não for ninguém?"

Seria lindo, não seria? Você acha que os engomadinhos da indústria bélica, da indústria do petróleo e de tantas outras pegariam num fuzil pra combater? Duvído! Eles não são capazes de dar a cara a tapa, como soldadinhos normalmente fazem.

O mesmo poderia acontecer com os policiais. Pra que perder tempo com marcha da maconha? Pra que perder tempo com escoltas de canalhas?

Mas eu sei que tudo isso é viagem, vertigem. E a borrachada quase sempre vem na gente, como eles acham que tem que ser. Afinal, os vagabundos somos nós.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma boa preliminar

"Garotas e rapazes da América têm curtido momentos realmente tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares. Não me refiro a galanteios - mas sim um profundo diálogo de almas, porque a vida é sagrada e cada momento é precioso".

O que foi escrito nos anos 50, por Jack Kerouac, parece atual. Talvez as coisas sempre funcionaram dessa forma.

Estaríamos sempre em busca de uma "utopia do amor"?

Parece que a tristeza vem de longe.

domingo, 26 de junho de 2011

Sem gelo, por favor!

Eu poderia ter encontrado Gutierrez num bar qualquer de Havana. Talvez encostado num canto, observando as belas mulatas da cidade que ali se mostravam aos machos de plantão. Talvez com um cigarro na mão esquerda – ou quem sabe um charuto – e um copo de rum barato na direita. Talvez estivesse em Havana, talvez em Matanzas.

Mas eu encontrei Gutierrez num encarte de CD. Não tinha Noção de Nada, que veio de longe, e mesmo sendo bem bonito, pouco foi notado. Duvido que você tenha escutado este mesmo disco. Duvido que você tenha encontrado Gutierrez neste mesmo lugar que eu o encontrei.

O certo é que desde aquele dia eu nunca mais o abandonei. O vi muitas vezes, como quem vê um amigo bem próximo. E confesso que em certos momentos me cansei da sua conversa furada sobre sexo, rum e pobreza. Encheu o saco, mas jamais duvidei de cada palavra dita por ele.

E depois daquele dia, passei a encontrar muitos outros. Bukowski, Fante, Millôr, Mutarelli e até o Torero. São tantos caras, tantas conversas, que corro o sério risco de esquecer alguém. Me perdoem aqueles que não citei aqui.

E o bom de tudo isso é que, de certa forma, todos eles permanecem comigo. Estão como Gutierrez, bem próximos, ordenados até pelo nome pra não confundir ninguém.

Estão todos na minha pequena biblioteca. Ou te olhando bem ao alto desta singela página.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O assassino e a Coca-Cola

Duas notinhas sobre publicidade:

Coca-Cola

A Coca-Cola está usando uma velha tática para anunciar seus produtos. Na década de 80/90 era comum as indústrias de tabaco usarem os filmes como um meio de publicidade subliminar. Hoje em dia a famosa marca de refrigerantes usa músicas de artistas comerciais, que tocam repetidamente nas inúmeras rádios comerciais, para difundir seu nome.

Alexandre Pires, na música “Sissi” canta:
“Ela se acha a última coca-cola do deserto
A bunda mais linda do pagode esperto...”.

Já o sertanejo Rick – daquela duplinha Rick & Renner -, na música “Vem Camila!” canta:
E num bar na estrada
Coca Cola bem gelada...

Se isso não é publicidade, eu jogo fora meu diploma que eu ainda nem busquei. E o povão vai no embalo da canção.

Venda de munição

No último sábado o Jornal O Liberal publicou, em seu caderno supostamente de cultura, um anúncio de venda de munição para armas de fogo de uma loja daqui de Americana.

Em tempos que se fala tanto em desarmamento, tragédias, chacinas por todos os cantos do país, chega a ser curioso ver um jornal do tamanho do O Liberal se rendendo a este tipo de anúncio.

Tudo por dinheiro?

Meio de comunicação é muito mais que um balcão de anúncios. Pelo menos é o que eu penso.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cenas do cotidiano

Hoje vi uma cena lindíssima. Realmente tocante, daquelas que nos fazem olhar para o futuro e enxergar algo "bem bom".

Um cavalo perdido, na avenida Nossa Senhora de Fátima, invadiu a pista. Talvez tivesse seus motivos pra fugir, ou simplesmente achou um buraco na cerca e escapou pra ver "qualé que era" desse mundo. Vários motoristas pararam os carros, acenderam os sinais de alerta, desceram de seus veículos e ajudaram o pobre bicho a voltar para o seu lugar. Lindo, de verdade.

Agora só falta fazerem o mesmo com os moradores de rua, com as crianças que são jogadas nos semáforos, entre outros. Só falta isso.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sobre bicicletas & nossa modernidade assassina

A morte de Antônio Bertolucci, ontem em São Paulo, só trouxe à tona uma velha discussão que nunca foi levada à sério por quase ninguém.

Empresário reconhecido – acionista da empresa de duchas Lorenzetti – foi atropelado por um ônibus enquanto passeava com sua bicicleta pela cidade, morrendo logo após ter sido socorrido.

Não é de hoje que os motoristas não respeitam ciclistas nem pedestres. A falta de educação é uma das poucas leis que impera no trânsito do nosso país. Somado a isso, temos uma “cultura do carro”, que é difundida com toda força pelo Governo, pelos meios de comunicação e que ganham cada vez mais seguidores dentro da sociedade.

A questão não é ser utópico, e achar que todos só devem andar a pé ou pedalando suas bicicletas. O carro também é um meio de transporte, que deve ser usado, mas de maniera consciente.

Lembro que passei boa parte da minha infância sentado numa bicicleta. Qualquer lugar que eu precisasse ir, a Caloi Verdinha me levava/acompanhava, sem reclamar. Hoje bicicleta é artigo de luxo, visto que se você quiser ter uma bicicleta minimamente confortável pra pedalar paga uma pequena fortuna. Além disso, temos pais com pensamentos modernos demais, onde trocam os antigos brinquedos por “motinhas motorizadas” para as crianças, onde estragam a formação das mesmas, mas demonstram todo seu poder econômico na vizinhança.

Americana, por exemplo, não possui ciclovias. Também não vejo por parte do Governo – seja ele Municipal, Estadual ou Federal – incentivos para que a população pratique atividades esportivas, auxiliando indústrias que fabricam não só bicicletas, mas qualquer outro produto usado em qualquer modalidade esportiva. Para a indústria automotiva eles só faltam dar o c*. E a desculpa pra isso é sempre a mesma.

Ninguém precisa de um carro pra ir até a padaria, à banca de jornais e revistas, ou pra visitar a vovó que mora no bairro vizinho. Nós precisamos de carro pra viajar, ir até o casamento do fulano ou levar alguém que passa mal ao médico. Sem radicalismos.

Diante disso, continuamos não só a conviver com fatos como este do atropelamento, mas a formar cada vez mais motoristas impacientes, estressados e burros. Até porque, uma pessoa a pé ou de bicicleta, vai sempre representar um carro a menos nas ruas. Mas isso eles são incapazes de perceber.

sábado, 11 de junho de 2011

A estranha calculadora do Bob's


Não é de hoje que as redes de fast-food nos roubam.

Tudo começa com aquela foto gigante no luminoso, com um lanche que aos olhos parece ser delicioso, suculento. Quando abrimos a caixinha de papelão, é uma decepção. Um lanchinho miserável, todo torto, digno de levar desaforo pra casa.

Mas agora eles estão inovando. Além da enganação no tamanho do lanche - que eu como publicitário sei que existe em todo lugar -, querem nos roubar no preço.

No Bob´s é assim: você compra um Big Bob - que é o Big Mc deles - e paga R$4,75. A batata frita média custa R$4,70 e o refrigerante médio - daqueles horríveis, de máquina - custa R$4,00, totalizando R$13,45.

Mas aí você vacila, o atendente te pergunta se tudo aquilo que você pediu é o tal do "combo", e você, ingenuamente, diz que sim, e eles te cobram R$15,20.

Ou seja, você compra os mesmos produtos por preços totalmente diferentes. E isso porque o "combo" que eles falam serve exatamente pra baratear todos esses produtos quando comprados juntos. Boa a calculadora deles, não?

Foi isso que aconteceu na noite de ontem. Questionado sobre isso, o atendente, magicamente, me sugeriu pagar R$4,75 pelo lanche, R$4,00 pelo refrigerante e a batata, que antes era R$4,70, passou a custar R$1,75. Olha que maravilha!

E diante disso tudo, quantos desavisados ou destraídos passaram por ali e deixaram 2 reais a mais por cada lanche comprado? E que fique claro que não é questão de "mendigar" esse valor. A questão é que esses caras - e muitos outros - tratam os clientes como trouxas. E pelo visto, conseguem fazer bem seu trabalho.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mulheres solteiras


Ah! Essas mulheres solteiras...

Que são solteiras não por opção, mas por terem sido sutilmente ironizadas pelo destino.

Que passam a tarde de sábado no salão de beleza, arrumando seus raivosos cabelos, pintando as compridas unhas, fazendo aquela depilação digna de Forças Armadas. Tudo pra desfilar na madrugada, num bar qualquer da cidade à procura da sua caça.

Que enfrentam as noites de outono/inverno com mini-saias dignas do verão senegalês, de tão curtas que são. E longe de mim achar que isso é um truque para atrair a presa.

Que fazem pose para as fotos, e se ninguém notar, pedem para o garçom bater a foto, apenas para dar uma piscadinha para o mesmo.

Que só querem um colo, um cobertor de orelha digno ou simplesmente um canalha de ocasião.

Que não precisam de nada disso. Que não precisam apelar dessa maneira, já que elas demonstram o quanto estão desesperadas agindo assim.

Que não são exceção, nem deveriam ser a regra.

Que precisariam ser apenas mulheres.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

On the road

(...) e eu me arrastava na mesma direção como tenho feito em toda minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso (...)

Trecho do livro On the road, de Jack Kerouac

domingo, 29 de maio de 2011

Fico pensando como

Por Xico Sá

Como ela vem. Como está sendo o seu banho exatamente agora. Como está cheirosa, mas que sue um tiquinho no caminho para dosar na conta, nossa! Como ela se olha no espelho na hora de se trocar. Como. Como ela fez o barulhinho do elástico da calcinha, pleft, a mais linda onomatopeia das moças. E nas vitrines da rua, como será aquela rápida mirada, extrato para simples conferência demasiadamente feminina. 

Como ela brigou com o cabelo hoje, porque em alguns dias os cabelos teimam em desobedecer às mulheres, sejam elas como forem. Como enfiou a colher no papaia logo cedo antes de todas as acontecências. Como ela blasfemou contra o universo. Como ela disse ao teléfono "ai mãe, não se preocupa, eu já estou grandinha". 

Como os homens a olharam no percurso, que os homens do andaime não assobiem um "gostosa" hiperbólico, sob pena se achar cheinha deveras, mas que assobiem alguma coisa, que não pequem por omissões - ah, não, são homens de verdade, não trabalham com elipses.

Como ela deu aquela ajeitadinha nos peitos, agora já recuando para o começo das ações, o espelho. Como ela roçou um lábio no outro para corrigir o batom e dosar na maldade. Como ela decidiu por sandálias e não por sapatos ou tênis. Como ela pôs o rosto na janela para ouvir o homem do tempo.

Como ela deu aquele saltinho na rua de moça feliz por hoje.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Gente que faz festa

O lugar estava impecavelmente decorado. Muito luxo para uma simples noite de terça-feira. O motivo era nobre – o lançamento do livro “Memória viva de Americana”, de Juarez Godoy – mas não precisava de tudo aquilo.

Muita gente rica. Gente que provavelmente é muito rica, fazendo poses para fotos, mostrando suas roupas caríssimas. Riam continuamente, quase todos, como se a vida fosse uma grande festa. Talvez até fosse naquele momento. E enquanto o garçom servia taças de champagne para os convidados – não me pergunte se era francesa ou não porque eu não sei -, eu observava tudo, mesmo sem estar num canto isolado. Eu fazia parte daquilo, mesmo sem ter um puto no bolso. Ali só era preciso ter pose, dar a entender que a conta bancária estava abarrotada. Isso eu sabia fazer como muitos naquele salão.

O preço do livro fazia jus ao evento. 135 reais não é pra qualquer um, definitivamente. História cara essa da minha cidade, que segundo eles, teve muita ajuda da Prefeitura. Pena que poucos americanenses poderão adquirir a obra. Se bem que eu desconfio que ela não foi feita para os americanenses, pelo menos os de pouco dinheiro e que são a maioria.

Mas o que mais chamou a atenção é que toda aquela gente chique da cidade não aparece no livro. Contando a história através de fotografias, Juarez Godoy deve ter se esquecido de registrar a alta sociedade. O livro nos mostra pontos históricos, como as igrejas e o Casarão do Salto Grande, pessoas pulando o carnaval em diversas épocas, rodas de samba nos bares da cidade entre outras situações. Se algum rico apareceu em alguma foto, foi no meio da multidão, sendo apenas mais um naquele meio.

Mas e os jantares dessa gente que ali estava? E os cordões de ouro das mulheres chiques e enganadas? E os carros importados dos homens ditos poderosos que se escondem atrás de muros tão altos quanto os de Berlim? Nada disso está lá dentro. Até porque essa gente nunca se entregou a nada que não fosse o dinheiro.

Os ricos fazem a festa, fingem se divertir e comemoram um feito que jamais serão deles. O dinheiro deles pode comprar quase tudo – e nesse caso podemos incluir a felicidade de uma noite regada a champagne – mas jamais estarão presentes na história de uma cidade, seja ela qual for. Exceto o prefeito, que cumprimentava freneticamente quem encontrasse pela frente, mas este é por motivos óbvios.

Aposto que todos deixaram o sorriso ali, naquele salão, assim que saíram pela porta principal cheia de seguranças engravatados. E assim foram apavorados para casa, com medo de bandidos, ou entristecidos por terem a certeza de que verão suas velhas esposas como elas realmente são.

Mesmo assim foi uma noite histórica. Para um documento histórico, e não para uma gente que não tem história nenhuma pra contar.

domingo, 22 de maio de 2011

Walk

Não é preciso muito. Apenas um cd - cd mesmo, e não pen drive - uma vitrola moderna e um pedaço de papel. É o que basta para se ter uma idéia, para construirmos um argumento sabe-se lá para quem ler.

Coloque o cd na vitrola. De preferência comece a escutá-lo de trás pra frente. Pode parecer estranho, mas pra quem só lê revistas dessa maneira é mais do que normal.

Walk. Tem uma energia boa, uma pegada. Bom pra começar bem o domingo de manhã que nasceu bem cedo, quase no sábado. Ela faz lembrar coisas boas, como amigos, voltas pela cidade e uma cerveja e outra que sempre acompanha um bom papo.

Se isso não for capaz de te inspirar, esquece. Não te resta outra coisa senão voltar a dormir.

domingo, 15 de maio de 2011

Canção de exílio

"O que ficou pra trás, não deve te prender
Impossível alcançar, pois não existe mais
O que você ganhou, o que você perdeu
São mais do que lições".

Exilio - Dead Fish

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Comeu, pagou e não gostou


Podem me chamar de pobre, cretino, sem classe. Podem me julgar da maneira que acharem melhor. Mas nada, absolutamente nada do que você disser vai me convencer de que a chamada “alta gastronomia” é necessária ou representa alguma coisa de valor na nossa sociedade.

Dias atrás fui pra São Paulo com mais um monte de gente. Era praticamente uma excursão, mesmo que para alguns aquilo fosse trabalho em pleno sábado de sol, o que óbviamente não era meu caso. Eu estava ali pra passear, observar, curtir o dia.

Até que chegou a hora do almoço. Pra quem estava desde o dia anterior sem comer nada, já estava mais do que na hora de agradar o estômago. E de comum acordo – até porque a “excursão” era bancada pela empresa – entramos num restaurante chique da Alameda Lorena, nos Jardins.

Tudo muito fino, muito fresco, com o ar condicionado resfriando mais do que deveria, e um cardápio muito confuso. Não que eu seja escroto, mas as opções se baseavam em macarrão, carne de porco e frango, que obviamente ganhavam nomes como “carne suína”, “galeto” e “massas artesanais”. O preço é que não era diferente do que eu imaginava. Mais de 60 reais num prato com macarrão e frango, que convenhamos era muito bom, mais 5 reais de uma lata de Coca-cola e mais 10% de tudo isso, lógico.

Por mais ignorante que eu seja, eu sei que ali os produtos eram de qualidade. Sei que tem a mão de um cara que estudou pra fazer aquilo, que entende de gastronomia. Mas na verdade, na nossa realidade não só econômica, mas humana, quanto vale um prato de macarrão com frango?

Eu sei que ali estão em jogo diversos fatores. O prato em questão era o mais barato do restaurante, que tinha opções infinitamente mais caras. Sei também que o lugar é diferenciado, de alto valor e que um monte de gente faz questão de pagar por isso.

Não é demagogia, mas ver a conta no fim do almoço – cerca de 12 pessoas - e ter a certeza de que aquele valor era suficiente para 2 famílias de 4 pessoas comprarem todos os alimentos básicos do mês é no mínimo instigante.

Até onde vai a nossa luxúria? E a nossa gula? O que pessoas que freqüentam continuamente esses estabelecimentos pensam em relação ao mundo em que vivemos? (Até já sei a resposta).

Não é julgar, apontar o dedo. É simplesmente olhar, raciocinar e saber pra onde estamos indo com um pensamento assim.

Um bom almoço não precisa combinar com um preço exorbitante. Até porque, por mais que a gente se acostume a se esbaldar na “alta gastronomia”, a comida da mamãe sempre vai ser a melhor do mundo. E geralmente os ingredientes não são nada exóticos. Será que esses “ricaços”, por terem inúmeras empregadas em casa, nunca experimentaram uma boa comida da mamãe? Se for, é mais um motivo pra que eu discorde de todos eles.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

10% de discórdia

Fiz uma pesquisa com assuntos aleatórios. As pessoas também eram aleatórias, escolhidas à dedo pelo meu próprio dedo que não é de apontar ninguém. Pelo menos é o que ele diz, com seus gestos suspeitos.

E a pesquisa é reveladora. De tantos assuntos, de tantas discussões, descobri que apenas 10% das pessoas acreditam que os 10% da conta do restaurante são destinados aos garçons. Desses 10%, apenas 10% acreditam que 100% dos 10% vão para os garçons. Os outros 90%, acreditam que apenas 10% dos 10% vão para os garçons.

Confuso, pra dizer o mínimo. Mesmo que seja apenas 10%.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pós-operatório

Desse jeito ninguém me leva a sério. Nem meu patrão, que riu dos 9 dias prescritos no atestado médico.

“É frescura!”; “Ah, pára de viadagem!”. Calorosas palavras de carinho, apoio. É tudo o que eu precisava no momento.

E eu que odeio chinelos, tenho que fazer deles o meu “uniforme” de trabalho, calçados com uma calça qualquer encontrada às pressas, o que deixa o visual ainda mais ridículo. Seria pior se fosse um Rider. Seria bem pior se eu gostasse de vestir regata.

Talvez eu não esteja tão mal assim. Uma unha encravada operada não faz sofrer tanto assim.

Faço jus aos elogios acima.

domingo, 1 de maio de 2011

Quem disse que futebol não é cultura?


Humildade é coisa que os portugueses não trouxeram pra cá na época do descobrimento. E aquela “nossa regra” de que tudo o que plantamos nasce com facilidade foi mais uma vez ignorada. Afinal, não vi humildade brotar em nenhum campo por aqui.

Não quero falar a respeito da nossa cultura. Da nossa “contra cultura” de valorizar o que é errado. Mas o vídeo abaixo, se fosse levado a sério, poderia nos mostrar basicamente duas coisas extremamente importantes e que fere nosso orgulho verde e amarelo.

A primeira delas é como a educação e o respeito fazem de um pequeno país uma potência. Não econômica, mas humana. Como é bonito ver um povo que sabe respeitar o já surrado “um minuto de silêncio” numa praça esportiva após uma tragédia. Nesse caso, trata-se do Japão.

A segunda é que o Brasil pode até ter sido o país do futebol em outros tempos, mas hoje não é mais. Futebol não se faz apenas com jogadores talentosos, mas também com torcedores que saibam o real significado de torcer.

“Perca” 3 minutos e 6 segundos do seu tempo e veja coisas que não vemos por aqui há tempos. 


quarta-feira, 27 de abril de 2011

São só problemas


Problema todo mundo tem. Uns sofrem e mostram ao Mundo sua fragilidade; outros escondem – ou pelo menos tentam – e querem assim levar a vida, meio que às escondidas.

O grande problema de ter um problema é que ele nunca vem só. O medo é seu companheiro inseparável, vira e mexe os dois estão tramando alguma coisa contra você.

Não importa se você tem medo de palhaço, da pobreza ou da solidão. São simplesmente medos, que te trazem problemas e transtornos diários capazes de acabar com seus dias mais felizes.

Sem essa de “meu problema é muito maior que o seu”. Problemas são problemas, assim como medos são medos. Não há porque comparar, medir ou tentar competir. Eles estão aí, foram jogados ou plantados por nós mesmos e precisam ser resolvidos. De preferência o mais rápido possível.

Mas é preciso que se tenha no mínimo vontade. Não adianta chorarmos, socarmos as portas ou dizer a Deus que ele é injusto. Tudo isso pode até ser válido, depende de cada um, mas desde que você tenha plena consciência de que qualquer problema na sua vida vai ser resolvido por você, e não pelos outros.

Você é que deve tomar a atitude principal. Se for preciso ir ao médico, você que deve marcar a consulta. Se for preciso uma ajuda espiritual, você precisa estar disposto a ir até a igreja, benzedeira ou qualquer outro lugar que possa te fazer bem.

E não é que os outros não gostam de você, que não querem te ajudar. Para os NOSSOS problemas, a única solução somos NÓS mesmos. Tão simples quanto egoísta. Mas é assim que é.

domingo, 24 de abril de 2011

Diálogo de macho

(...)
- Ação! Claro, ação! Cinema é ação!
- Sei. E hoje o Fábio veio aqui com uma moça e disse que eu devo criar um personagem pra ela.
- Isso é baba! Porra Eugênio, você é ou não é um escritor?
- Tudo bem.
- Aliás, você tem que arranjar um jeito de encher de mulherada.
- Vocês querem mulheres.
- Muitas mulheres. Não me diga que você não gosta de mulher, Eugênio?
- Gosto.
- Mas, pelo visto não gosta muito.
- Não, eu gosto de mulher. Eu gosto de mulher, mas não ao ponto de mudar de sexo.
- Porra brother! Essa frase é boa! Dá um jeito de encaixar esse diálogo na história.
- Vou tentar.
- Tem que botar mulherada, assim a gente come um monte de menininha.
(...)

Dialógo retirado do livro Jesus Kid, de Lourenço Mutarelli.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Coração!

Tem coração que bate. Bate tanto que deveria tomar uma surra de vez em quando. Apanhar como se não houvesse o amanhã, como dizem por aí.

E é o que invariavelmente acontece.

E bater ou apanhar nesse caso é normal. Alguns diriam que faz parte do jogo, mas acho que não é pra tanto.

O que se sabe é que todo coração está sujeito a isso. Um dia bate, no outro apanha. E assim vai.

domingo, 17 de abril de 2011

Foo Fighters



O Brasil não é melhor nem pior do que nenhum outro país. O problema do Brasil é a preguiça, que encosta em quase todos os brasileiros e nem despacho faz com que ela saia desses corpos fadados ao descanso eterno.

Mas isso não é problema. Afinal, temos o nosso “jeitinho brasileiro”, e é por causa dele que estamos onde estamos. Não é mesmo?

Culturalmente temos um país rico. Até por conta do seu tamanho, o Brasil é variado, diferente e até confuso. Mas isso seria uma maravilha, se não fosse a maldita preguiça, claro.

Engolimos todos os dias “sucessos” goela abaixo, sem qualidade, mesmo sabendo que existem milhares de artistas com enorme talento por aqui. Mas procurar é muito difícil, trabalhoso e requer tempo. Vale mais a pena ligar o rádio e escutar o que colocam lá pra tocar.

Estou falando tudo isso por causa do show do Foo Fighters essa semana, no David Letterman. Este que é o “Jô Soares” brasileiro – ou seria o contrário? – abriu seu programa pra banda tocar seu último cd inteirinho, com direito a imagem em preto e branco durante as músicas inéditas. Depois rolaram alguns clássicos, claro.

109 minutos de rock. 109 minutos de valorização da cultura deles. 109 minutos que valeram como aula pra quem faz televisão por aqui, ou tenta fazer algum sucesso tocando pelos quatro cantos do país.

E que fique claro: não é só por aqui que temos enxurradas de merda no cenário cultural e musical. Lá também. A diferença é que lá, diferente de cá, temos alguns momentos lúcidos, sensatos.

Seria bom se tivéssemos exemplos parecidos por aqui. Não só do rock, mas da MPB e outros estilos, mas sem aquela “aura de jabá”. No show que citei acima não teve um só comercial, o que é bom até pra quem deveria ser apaixonado por “reclames”. Seria bom que outros artistas pudessem fazer o mesmo, e não apenas o Luan Santana no Faustão.

Não vou dizer que foi um marco, mas no mínimo foi um acontecimento relevante. Mas é claro que pouco se falou por aqui, afinal, ver TV em preto e branco é coisa de gente ultrapassada.

É o que pensam por aqui.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Exemplo do que não seguir

 O Americana Futebol chegou há pouco tempo aqui na cidade. Time de empresários, vindos de Guaratinguetá e que aos poucos vai tentando ganhar a confiança da população e da torcida americanense. Tarefa que não é tão fácil, já que o time daqui sempre foi o quase centenário Rio Branco.

Este texto não visa discutir ou comentar aspectos táticos e técnicos da equipe. Isso pode muito bem ser discutido no caderno de esportes. O que eu quero é falar sobre a parte externa do time, o que envolve a equipe, a cidade e o espetáculo em si.

No último domingo o Santos jogou em Americana. O Santos de Neymar, de Ganso e agora de Muricy Ramalho. Boa parte das atenções estavam voltadas para a nossa cidade, já que o jogo foi transmitido para grande parte do país. E a equipe de Americana, através de seus organizadores, fez um papelão.

O jogo foi 0 a 0, o que pode ser considerado um bom resultado para um time pequeno. Mas aquele início de jogo foi um dos mais ridículos que eu já vi.

Pouco depois dos jogadores subirem ao gramado, começou uma queima de fogos. Queima esta que parecia não ter fim. Não se respeitou o Hino Nacional como deveria, muito menos o singelo minuto de silêncio pela morte das crianças de Realengo.

Os jogadores estavam visivelmente constrangidos. A TV que transmitia o jogo teve que desligar os microfones no campo, e só então se fez o minuto de silêncio. Claro que essa homenagem só pode ser feita por quem assistia pela TV, já que os torcedores que compareceram ao estádio não puderam fazer o mesmo.

É de se espantar que uma equipe que veio pra cá com um discurso de profissionalismo faça papel tão ridículo num jogo tão importante. Todos sabiam que seriam feitas homenagens aos acontecimentos da última semana. Enquanto o Corinthians em seu jogo teve uma das atitudes mais bonitas da semana, onde estampou o nome de cada criança na camisa de seus jogadores, o Americana Futebol preferiu soltar fogos.

Lamentável, pra não dizer que foi ridículo. Torcedores não se ganha no grito, na base do rojão tentando mostrar uma alegria que não há. Futebol e torcedores se ganha no campo e com um bom plano de marketing, respeitando acima de tudo as pessoas e os acontecimentos que cercam a nossa sociedade.

É por essas e outras que vai ser difícil essa equipe se tornar o nosso time. Se não respeitam nem as crianças mortas, o que fariam com seus pobres torcedores? Melhor nem pensar nisso agora.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dedo do meio!


Por inocência talvez, eu gostava de ver as críticas sendo feitas de uma maneira velada, sem muito dedo na cara. Gostava de ver os filmes com “lição de moral”, os livros que falavam muito mais nas entrelinhas. Era mais sutil, embora fosse menos claro.

Mas acho que isso não funciona hoje em dia. Os criticados fingem não ver, ou por burrice mesmo não se tocam. E quem faz as críticas, fica falando sozinho, como os sabichões que fazem ironia sem ser entendidos e se passam por idiotas.

As pessoas gostam do dedo em riste. Do dedo na cara, apontando o erro e se possível com os nervos à flor da pele.

Agora você já sabe como dar um bom recado para uma pessoa má.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Cassetete de borracha: remédio pra grevista

Eu acho lamentável um país que dá o direito dos trabalhadores de fazerem greve. Não sou contra as lutas por melhorias ou discussões por novas alternativas do bem estar social. Mas dar o direito de cruzarem os braços é demais.

Há muitos dias os servidores públicos de Americana estão em greve. Não tem coleta de lixo – quando tem o caminhão precisa estar escoltado pela polícia -, não tem atendimento nos postos de saúde e não tem aula para as crianças da rede municipal de ensino.

Tudo isso por uma desavença de 0,5%.

Não estou aqui pra defender político nenhum. Nunca faria isso. Mas em algumas situações as coisas precisam ser mais claras, porque quem sofre com isso são todas as pessoas que moram na cidade.

Pra mim, servidor público hoje em dia é sinônimo de vagabundo. É o político corrupto que não deu certo. Claro que existem as exceções, mas a grande maioria procura concursos públicos simplesmente para ter benefícios que nenhum outro trabalhador tem, além de ter estabilidade de emprego mesmo que sua produtividade seja pífia e para que em todos os feriados prolongados, eles possam emendar. Como deputados, vereadores e afins.

Ninguém quer aqui ajudar a população. Nenhum deles quer ser servidor para desenvolver um bom trabalho, melhorar as condições de todos. Todos eles querem apenas alimentar o próprio rabo.

Por isso que sou contra a greve, principalmente dessa gente. A liberdade que nos é dada serve nesses casos também. Se alguém não está satisfeito com o que ganha, que procure outro emprego, outra profissão. Mas não é o que fazem.


E eu também sei que alguns querem trabalhar, mas que o “pessoal do sindicato” não deixa. Nesse caso, cassetete de borracha serve como remédio pra esse mau. Não serve?

domingo, 27 de março de 2011

Presente centenário


Corintiano batia no peito, falava no tabu de 4 anos sem perder e que nosso time tinha virado freguês. Tudo isso é verdade, embora a tal “verdade” seja contestável no mundo do futebol.

E numa tarde que parecia como outra qualquer, todos os corintianos enfiaram o rabinho e o tabu entre as pernas e sofreram o golpe de misericórdia do antigo “freguês”.

Perderam o jogo, apelaram para a violência – seriam maus perdedores? – e sofreram o gol de número 100 do maior goleiro-artilheiro que o futebol mundial já viu.

Podem falar que ele é mala, arrogante, mascarado. Para nós, São Paulinos, o que vocês pensam pouco importa. 

O que importa é que Rogério Ceni entrou para a história do futebol mundial, marcando em cima de vocês, de falta.

Mas vocês não devem reclamar. Não devem se debater como frangas prontas para o abate, espernear como crianças mimadas. 

Para um time que não tem história fora do nosso país, Rogério Ceni acabou fazendo um grande favor para a nação de “maloqueiros”, como gostam de se auto-denominar.

Curtam o momento, afinal, vocês são merecedores de feitos como este.

Parabéns para o verdadeiro e vitorioso centenário, Rogério Ceni.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Quem precisa de polícia?


Polícia é sinônimo de segurança. Todas as pessoas acham isso, menos os policiais e os canalhas que arruaçam e roubam os habitantes da minha cidade, a "famosa" Americana.

Quem mora em aqui convive, mesmo sem saber, com uma situação curiosa. O “quartel general” da Guarda Municipal, sabe-se lá por qual motivo, é cercado literalmente por cerca elétrica.

Lá não temos prisioneiros, menores delinqüentes ou loucos que possam fugir na calada da noite. Então pra que cerca elétrica?

Seria medo?

Medo do quê? Ladrão?

Pode parecer apenas mais uma curiosidade tosca, mas é no mínimo preocupante. Se a polícia, que deveria dar segurança e servir de apoio para a população sente-se acuada e com medo, o que esperar dos simples habitantes da cidade?

Pra quem não acredita, quando passar por lá repare no alto dos muros que cercam o quartel. Ou não, caso isso possa te preocupar ainda mais. Mas depois não diga que eu não avisei.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Teta de nega

O politicamente correto acabou com boa parte da minha infância.

Hoje não se vê mais os cigarrinhos de chocolate Pan, que tanto “fumei” quando tinha meus 5, 6 anos de idade. Não posso mais comer Teta de Nega, aquele doce gostoso, que parecia mesmo uma teta e a criançada toda adorava. Deve ter inúmeros motivos para isso, mas não vale a pena citar aqui. Preferiram extinguir os doces.

E não são apenas os doces que sofreram com o politicamente correto. Muitas coisas foram impostas, viraram lei e consequentemente foram proibidas. Tudo “embasado” na teoria de preconceitos (no caso da teta da tal nega), propaganda subliminar (no caso dos cigarrinhos) e outras besteiras.
 
E eu lhe perguntou: resolveu?

Vejo tanta coisa pior acontecendo por aí que tenho uma só certeza: todas essas proibições não resolveram nada. 

E o que eu mais queria agora era “fumar” um cigarrinho Pan, comendo uma Teta de Nega. Me encaixaria perfeitamente naquele clichê erótico do homem que faz sexo e depois fuma um cigarrinho na cama. Mas seria tudo de mentira, claro.