quarta-feira, 27 de abril de 2011

São só problemas


Problema todo mundo tem. Uns sofrem e mostram ao Mundo sua fragilidade; outros escondem – ou pelo menos tentam – e querem assim levar a vida, meio que às escondidas.

O grande problema de ter um problema é que ele nunca vem só. O medo é seu companheiro inseparável, vira e mexe os dois estão tramando alguma coisa contra você.

Não importa se você tem medo de palhaço, da pobreza ou da solidão. São simplesmente medos, que te trazem problemas e transtornos diários capazes de acabar com seus dias mais felizes.

Sem essa de “meu problema é muito maior que o seu”. Problemas são problemas, assim como medos são medos. Não há porque comparar, medir ou tentar competir. Eles estão aí, foram jogados ou plantados por nós mesmos e precisam ser resolvidos. De preferência o mais rápido possível.

Mas é preciso que se tenha no mínimo vontade. Não adianta chorarmos, socarmos as portas ou dizer a Deus que ele é injusto. Tudo isso pode até ser válido, depende de cada um, mas desde que você tenha plena consciência de que qualquer problema na sua vida vai ser resolvido por você, e não pelos outros.

Você é que deve tomar a atitude principal. Se for preciso ir ao médico, você que deve marcar a consulta. Se for preciso uma ajuda espiritual, você precisa estar disposto a ir até a igreja, benzedeira ou qualquer outro lugar que possa te fazer bem.

E não é que os outros não gostam de você, que não querem te ajudar. Para os NOSSOS problemas, a única solução somos NÓS mesmos. Tão simples quanto egoísta. Mas é assim que é.

domingo, 24 de abril de 2011

Diálogo de macho

(...)
- Ação! Claro, ação! Cinema é ação!
- Sei. E hoje o Fábio veio aqui com uma moça e disse que eu devo criar um personagem pra ela.
- Isso é baba! Porra Eugênio, você é ou não é um escritor?
- Tudo bem.
- Aliás, você tem que arranjar um jeito de encher de mulherada.
- Vocês querem mulheres.
- Muitas mulheres. Não me diga que você não gosta de mulher, Eugênio?
- Gosto.
- Mas, pelo visto não gosta muito.
- Não, eu gosto de mulher. Eu gosto de mulher, mas não ao ponto de mudar de sexo.
- Porra brother! Essa frase é boa! Dá um jeito de encaixar esse diálogo na história.
- Vou tentar.
- Tem que botar mulherada, assim a gente come um monte de menininha.
(...)

Dialógo retirado do livro Jesus Kid, de Lourenço Mutarelli.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Coração!

Tem coração que bate. Bate tanto que deveria tomar uma surra de vez em quando. Apanhar como se não houvesse o amanhã, como dizem por aí.

E é o que invariavelmente acontece.

E bater ou apanhar nesse caso é normal. Alguns diriam que faz parte do jogo, mas acho que não é pra tanto.

O que se sabe é que todo coração está sujeito a isso. Um dia bate, no outro apanha. E assim vai.

domingo, 17 de abril de 2011

Foo Fighters



O Brasil não é melhor nem pior do que nenhum outro país. O problema do Brasil é a preguiça, que encosta em quase todos os brasileiros e nem despacho faz com que ela saia desses corpos fadados ao descanso eterno.

Mas isso não é problema. Afinal, temos o nosso “jeitinho brasileiro”, e é por causa dele que estamos onde estamos. Não é mesmo?

Culturalmente temos um país rico. Até por conta do seu tamanho, o Brasil é variado, diferente e até confuso. Mas isso seria uma maravilha, se não fosse a maldita preguiça, claro.

Engolimos todos os dias “sucessos” goela abaixo, sem qualidade, mesmo sabendo que existem milhares de artistas com enorme talento por aqui. Mas procurar é muito difícil, trabalhoso e requer tempo. Vale mais a pena ligar o rádio e escutar o que colocam lá pra tocar.

Estou falando tudo isso por causa do show do Foo Fighters essa semana, no David Letterman. Este que é o “Jô Soares” brasileiro – ou seria o contrário? – abriu seu programa pra banda tocar seu último cd inteirinho, com direito a imagem em preto e branco durante as músicas inéditas. Depois rolaram alguns clássicos, claro.

109 minutos de rock. 109 minutos de valorização da cultura deles. 109 minutos que valeram como aula pra quem faz televisão por aqui, ou tenta fazer algum sucesso tocando pelos quatro cantos do país.

E que fique claro: não é só por aqui que temos enxurradas de merda no cenário cultural e musical. Lá também. A diferença é que lá, diferente de cá, temos alguns momentos lúcidos, sensatos.

Seria bom se tivéssemos exemplos parecidos por aqui. Não só do rock, mas da MPB e outros estilos, mas sem aquela “aura de jabá”. No show que citei acima não teve um só comercial, o que é bom até pra quem deveria ser apaixonado por “reclames”. Seria bom que outros artistas pudessem fazer o mesmo, e não apenas o Luan Santana no Faustão.

Não vou dizer que foi um marco, mas no mínimo foi um acontecimento relevante. Mas é claro que pouco se falou por aqui, afinal, ver TV em preto e branco é coisa de gente ultrapassada.

É o que pensam por aqui.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Exemplo do que não seguir

 O Americana Futebol chegou há pouco tempo aqui na cidade. Time de empresários, vindos de Guaratinguetá e que aos poucos vai tentando ganhar a confiança da população e da torcida americanense. Tarefa que não é tão fácil, já que o time daqui sempre foi o quase centenário Rio Branco.

Este texto não visa discutir ou comentar aspectos táticos e técnicos da equipe. Isso pode muito bem ser discutido no caderno de esportes. O que eu quero é falar sobre a parte externa do time, o que envolve a equipe, a cidade e o espetáculo em si.

No último domingo o Santos jogou em Americana. O Santos de Neymar, de Ganso e agora de Muricy Ramalho. Boa parte das atenções estavam voltadas para a nossa cidade, já que o jogo foi transmitido para grande parte do país. E a equipe de Americana, através de seus organizadores, fez um papelão.

O jogo foi 0 a 0, o que pode ser considerado um bom resultado para um time pequeno. Mas aquele início de jogo foi um dos mais ridículos que eu já vi.

Pouco depois dos jogadores subirem ao gramado, começou uma queima de fogos. Queima esta que parecia não ter fim. Não se respeitou o Hino Nacional como deveria, muito menos o singelo minuto de silêncio pela morte das crianças de Realengo.

Os jogadores estavam visivelmente constrangidos. A TV que transmitia o jogo teve que desligar os microfones no campo, e só então se fez o minuto de silêncio. Claro que essa homenagem só pode ser feita por quem assistia pela TV, já que os torcedores que compareceram ao estádio não puderam fazer o mesmo.

É de se espantar que uma equipe que veio pra cá com um discurso de profissionalismo faça papel tão ridículo num jogo tão importante. Todos sabiam que seriam feitas homenagens aos acontecimentos da última semana. Enquanto o Corinthians em seu jogo teve uma das atitudes mais bonitas da semana, onde estampou o nome de cada criança na camisa de seus jogadores, o Americana Futebol preferiu soltar fogos.

Lamentável, pra não dizer que foi ridículo. Torcedores não se ganha no grito, na base do rojão tentando mostrar uma alegria que não há. Futebol e torcedores se ganha no campo e com um bom plano de marketing, respeitando acima de tudo as pessoas e os acontecimentos que cercam a nossa sociedade.

É por essas e outras que vai ser difícil essa equipe se tornar o nosso time. Se não respeitam nem as crianças mortas, o que fariam com seus pobres torcedores? Melhor nem pensar nisso agora.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dedo do meio!


Por inocência talvez, eu gostava de ver as críticas sendo feitas de uma maneira velada, sem muito dedo na cara. Gostava de ver os filmes com “lição de moral”, os livros que falavam muito mais nas entrelinhas. Era mais sutil, embora fosse menos claro.

Mas acho que isso não funciona hoje em dia. Os criticados fingem não ver, ou por burrice mesmo não se tocam. E quem faz as críticas, fica falando sozinho, como os sabichões que fazem ironia sem ser entendidos e se passam por idiotas.

As pessoas gostam do dedo em riste. Do dedo na cara, apontando o erro e se possível com os nervos à flor da pele.

Agora você já sabe como dar um bom recado para uma pessoa má.