domingo, 17 de julho de 2011

Eu uso óculos


Preciso de óculos. Infelizmente "vejo que já não vejo" como antigamente, onde tudo era bem mais claro e sem distorções. Não queria acreditar nisso, mas o destino desenhou meu futuro - e minha caricatura - com 4 olhos, como diziam na escola.

Vou ao médico e tenho medo de quando pegar a receita. Que óculos vou escolher? Será que é melhor escolher um mais tradicional, daqueles que todo mundo tem, ou algum mais extravagante, com armações grossas e vermelhas? Melhor ser nerd ou emo? Existe meio termo?

Não vai ser fácil me adaptar com esse intruso. Não sei se meus olhos mereciam isso. Acho que eles aceitariam melhor se os tais óculos viessem junto da velhice, daqui uns 20, 30 anos. Mas acho que não vai ter jeito.

Ainda bem que eu não moro no Leblon. Menos mal.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

São apenas porcos soltos por aí.


Quando eu vejo alguém jogando um pedacinho de papel pela janela do carro, pedacinho mesmo, eu perco mais um pouco da pouca esperança que eu ainda tenho.

Não é possível que as pessoas não consigam enxergar e ver que um pedacinho de papel pode influenciar muito pouco no meio ambiente - como elas pensam -, mas mostram o quão ignorantes e imbecis elas são. E isso, infelizmente, não é difícil de se ver por qualquer cidade do Brasil.

Perco as esperanças porque direta ou indiretamente, é dessas pessoas que dependemos. São essas mesmas pessoas que deveriam ter mais consicência não só ecológica, mas política e social. São essas pessoas - ou esse grupo de pessoas - que tem na mão a oportunidade de mudar muita coisa, de fazer do nosso mundo um lugar bem melhor e simplesmente jogam essa oportunidade pela janela, como fazem com o papelzinho.

Mas não dá pra apostar uma só ficha em pessoas assim. Não dá pra apostar uma só ficha na humanidade. Infelizmente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O homem e sua reputação

Rui e Vani no carro


- Por que você mentiu pra eles?
- Eu?
- Você disse que nunca tinha dançado pelado na minha frente.
- Tudo o que um homem tem na vida é sua reputação.
- Pois eu tô pouco me lixando pra minha reputação.
- Seria um pouco tarde pra se preocupar, de qualquer maneira.
- Não entendi.
- Vani, teu filme tá queimadíssimo.
- Meu filme?
- Outro dia eu peguei o porteiro do seu prédio comentando sobre você com uma outra moradora.
- Comentando o que?
- Acho melhor nem te dizer.
- Vai dizer sim! Comentando o quê?!
- Que você anda no elevador de biquini.
- Ué! Claro que ando! Eu moro a três quadras da praia!
- Vani, você nunca vai a praia.
- Não interessa. Eu moro na região da praia, posso sair de biquini na rua.
- Você sai de biquini na rua sem estar indo à praia?
- No verão, ora! Quando tá meio calor! Que que tem? Tá assim de mulher de biquini pela rua.
- Sim! Todas indo ou voltando da praia!
- E quem vai saber se eu tô indo ou voltando da praia?
- O porteiro!
- Caguei pro porteiro!
- O porteiro conta pra todo mundo!
- Caguei pra todo mundo!
- E eu?! Você não pensa em mim?! Eu vou passar na rua e vão dizer: "Ih, olha lá aquele cornudo que é noivo da piranhuda!".
- Caguei pra você!

(Textículo retirado de  "Os melhores momentos de Os Normais", achado num sebo de Americana por um preço camarada)

sábado, 9 de julho de 2011

Festival de cinema de Paulínia: eu fui! (mas não entrei)


Em 10 notinhas, tudo sobre o Festival de Cinema de Paulínia, que foi nota 0.

1) Saímos cedo de casa, como dizem os especialistas. A sessão estava marcada para as 21hs, mas acho que muita gente pensou ainda mais rápido do que eu. Às 20h05, a fila já era kilométrica, dessas que desanima até brasileiro que não desiste nunca.

2) Vão dizer que foi um sucesso. Vão dizer que as sessões lotaram e todo esse blá blá blá. Não deixa de ser verdade, mas ocorreu que quem chegou cedo e entrou, não saiu mais. Ou seja, se o teatro tem lugar para 1500 pessoas, elas entraram e não saíram antes do fim da última sessão. Quem chegou depois, perdeu tudo. Quem chegou antes, assistiu tudo sem nem precisar levantar o bumbum da cadeira.

3) Sobre o frio de sexta-feira à noite eu nem preciso comentar muito. Até embaixo do cobertor a situação estava crítica.

4) O filme que eu queria ver tinha se chamava de "O Palhaço", do Sélton Melo. Depois de chegar, ver o tamanho da fila - que não andava - e passar tanto frio, eu e a Maine concordamos que os palhaços éramos nós.

5) Já é foda ficar na fila - embora tenha gente que goste -, mas fazer "amizade" com pessoas escrotas e mentirosas nesses lugares é ainda mais desanimador. A pior de todas foi que num único evento naquele lugar em que acontecia o festival, no carnaval, roubaram 600 veículos de uma só vez. Haja ladrão.

6) Só pra estacionar meu velho e bom carro paguei R$25,00 - quase o preço dele. Só depois que paguei que fui entender o porquê do evento ser "de graça". O bom é que como eu fui lá atoa, não assisti nada, devolveram minha grana. Dos males o menor.

7) Depois de passar frio, raiva e escutar mentira, perdí o carro no estacionamento. Se em shopping já fica difícil a localização, imagine num descampado desconhecido.

8) Não sei se eu sou relaxado demais, ou se sou autêntico. Ando sempre do mesmo jeito - tipo tênis velho, calça jeans, camiseta e blusa de moleton -, mas tem gente que se produz demais. Não sabia que em festivais de cinema ou literatura a barba era item indispensável, além de chapéu e óculos com armação grossa. Já as garotas, mesmo estando frio do caralho, não deixam de ir com seus vestidinhos minúsculos pra mostrar seus dotes. Ainda vão me dar um bom motivo pra se vestirem assim.

9) São eventos assim que me motivam cada vez mais a baixar filmes na internet - Filmescomlegenda.net está aí pra isso. Quando cobram, cobram caro. Quando é de graça, "a parada" só acontece pra quem é influente. Então foda-se também.

10) Selton Melo passou do meu lado e fez que não conhecia. Sucesso subiu a cabeça. Canalha!

terça-feira, 5 de julho de 2011

É de mentira. Que pena!

Duas cenas, uma utópica e outra tristemente real, acabaram de me ocorrer.

Cena 1: Na novela Morde & Assopra - não vou ser mais um a dizer que só estava mudando de canal -, durante uma manifestação dos professores, o sargento da polícia deixou a hipocrisia de lado e corajosamente mudou de lado. Ao invés de ficar defendendo o prefeito e sua corja, passou pro lado do povo e fez coro para que o 13º salário fosse devolvido aos professores da cidade.

Cena 2: Em Ribeirão Preto, durante uma reintegração de posse, um policial "arremessa" mulheres pra fora de seus barracos, como quem quer manter a ordem (?) e defendendo os direitos dos donos da terra. Pra eles, foda-se o povo que não tem onde morar. E atitudes assim vindas justamente de policiais, que reclamam tanto - e justamente - por melhores condições de trabalho e melhores salários. Jornal Nacional, logo após a novela não me deixa mentir.

As cenas acima me chamaram a atenção porque eu sempre acreditei que a polícia deveria agir em defesa do povo. Quando tratamos de um assunto que diz respeito a todos, como os desmandos políticos que somos submetidos todos os dias, um polícial deveria se comportar como qualquer outra pessoa, ter sua opinião. Manter a ordem não é proteger canalhas. Esse não é o ofício da polícia, mas é como ela se comporta.

Eduardo Galeano, num de seus textos, cita que certo dia passou a reparar nas pixações das grandes cidades. E numa dessas observações, uma parede lhe disse: "E se houver uma guerra e não for ninguém?"

Seria lindo, não seria? Você acha que os engomadinhos da indústria bélica, da indústria do petróleo e de tantas outras pegariam num fuzil pra combater? Duvído! Eles não são capazes de dar a cara a tapa, como soldadinhos normalmente fazem.

O mesmo poderia acontecer com os policiais. Pra que perder tempo com marcha da maconha? Pra que perder tempo com escoltas de canalhas?

Mas eu sei que tudo isso é viagem, vertigem. E a borrachada quase sempre vem na gente, como eles acham que tem que ser. Afinal, os vagabundos somos nós.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma boa preliminar

"Garotas e rapazes da América têm curtido momentos realmente tristes quando estão juntos; a artificialidade os força a se submeterem imediatamente ao sexo, sem os devidos diálogos preliminares. Não me refiro a galanteios - mas sim um profundo diálogo de almas, porque a vida é sagrada e cada momento é precioso".

O que foi escrito nos anos 50, por Jack Kerouac, parece atual. Talvez as coisas sempre funcionaram dessa forma.

Estaríamos sempre em busca de uma "utopia do amor"?

Parece que a tristeza vem de longe.