terça-feira, 1 de março de 2011

Palavras de um futuro velho

Ser velho não é estar doente.

Não sou preconceituoso e não quero aqui bancar o exterminador dos velhinhos no país. Até porque eu quero ser um deles no futuro.

Mas acho que aqui no Brasil as coisas caminham ao contrário.

Moramos num país que não tem educação, pouco a pouco vai perdendo sua cultura e que tenta nos empurrar o respeito goela abaixo, com regras ridículas.

Andando pela rua, pelo centro da cidade e pelos parques de estacionamento, notei que existem muitas vagas para “velhinhos” pararem seus carros. Em alguns lugares, existem mais vagas do que velhos, o que me deixa irritado.

Não! Eu não sou daquele tipo que para no lugar dos velhinhos, ou na vaga dos deficientes físicos e sai do carro mancando pra dar um “migué”. Respeito essas regras, mas não concordo. Estou no meu direito.

A gente precisa parar de achar que ser velho é estar doente. Que velho não pode fazer nada além de jogar dominó ou tricotar. Ser velho é normal, apenas uma fase da vida (ou a última dela).

Pra respeitar alguém – e aqui não importa se é velho ou novo – você não precisa lamber o saco da pessoa, tratá-la como alguém inferior. Você pode dar o lugar para o velhinho no ônibus, mas o velho que dirige seu carro pode muito bem andar 10 metros pra chegar ao seu destino.

Quem está em fase terminal, ou não anda bem das pernas não fica por ai dirigindo, e isso não é só para os velhos. Quem está na rua, quem está no trânsito dirigindo pode muito bem dar seus passinhos. Pra quem é velho é melhor ainda – caso não seja cardíaco – porque vai acabar fazendo uma caminhada.

Chega dessa coisa de tratar velho como doente. Se eu fosse velho hoje ficaria muito puto com tudo isso. E como protesto jamais pararia nessas vagas ridículas.

O verdadeiro respeito vai muito além de cortesia e facilidades.

Ou vai?

Um comentário:

Carol disse...

Concordo com a parte de "não precisar lambre o saco de ngm" e que respeito não vem a partir de cortesias...
Mas oq é preciso entender, é que doente ou não, o fato é que existe SIM uma fragilidade maior (não necessariamente tão exagerada qto se planta), mas existe... Mas como vc disse, não é nada que não pode ser resolvido com treinos físicos, cognitivos e principalmente, educacionais!!!
Bela discussão Lê!!!
bjO!!!
Assinado: Gerontóloga =) rsrs