sábado, 5 de março de 2011

Roubo a banco



Quase todos os dias eu vou à algum banco. E quase todos os dias eu vejo a mesma cena.

Cena que consiste numa pessoa quase sempre de meia idade, parada do lado de fora da porta giratória, reclamando com o guarda, que está do lado de dentro, que quase sempre repete o mesmo chavão: “O senhor(a) tem algum objeto de metal?”.

E por mais que as pessoas envolvidas tenham educação, fica sempre no ar aquela insatisfação, principalmente de quem está sendo barrado do lado de fora. O guarda, que diz estar cumprindo sua função, pouco pode fazer se o aparelho denuncia a presença de metais. E quem fica de fora reclama, como quem diz ”Mas eu não sou ladrão!”.

Não vou defender os guardinhas, que como a gente bem sabe, ficam com o controle remoto na mão e de vez em quando – pra ser generoso – barram alguns mal encarados. Mas se a porta trava – e ela não vê se a pessoa é nova ou velha, preta ou branca – é porque o sujeito tem algum objeto de metal.

Será que é muito difícil deixar as chaves no carro, as moedinhas em casa, ou colocar o guarda-chuva no guarda-volume do lado de fora?

Nenhum bandido anda pela rua escrito “ladrão” na testa. E eu já vi muitos golpes que usam velhinhos inocentes – aham, sei. E vale lembrar também que ladrão que é ladrão, provavelmente morre um pouco mais cedo, mas alguns guerreiros viram exceções.

Então fica assim: da próxima vez deixem os objetos de metais em qualquer outro lugar que não seja no bolso. Vai deixar o dia de muita gente mais tranqüilo, inclusive de quem precisa esperar na fila pra entrar.

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