terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu não quero ser herói!

Foto de Bruno Brunan

Deve ser fantástico ter um filho.

Existem muitas razões para que eu possa fazer da frase acima uma afirmação, e não uma interrogação. A primeira delas é que um filho se “faz” num ato prazeroso, único. A segunda é que um filho, inevitavelmente, passa a ser a continuação da família. Da família, e não dos pais.

Mas os pais não entendem isso. A maioria quer fazer dos filhos sua própria existência, quando não uma extensão da própria vida. Querem escolher a profissão da criança, o time de futebol pelo qual ela vai torcer, e se bobear até o corte de cabelo.

Eles buscam, incansavelmente, a fama de heróis para os filhos. Tudo em vão.

Somos todos feitos de carne e ossos, vitórias e derrotas, qualidades e defeitos. Desculpem-me aqueles que acreditam em heroísmo, mas para as crianças, heróis são no máximo alguns bonequinhos de Comandos em Ação.

Quando somos crianças, todos nos perguntam o que queremos ser quando crescermos. Só que ninguém nos leva a sério com 5 anos de idade, claro. Mas a pergunta deveria se repetir quando completamos 18, 20 anos. Porque temos vida própria, queremos caminhar com as próprias pernas.

Mas os “heróis” tem medo. Medo da resposta que não lhe agradaria. Medo de saber que o caminho do herói está ultrapassado, ou que é totalmente desinteressante. Medo de que um dia acabe como os  bonecos do Comandos em Ação, numa gaveta de bagunças.

Porque é lá que todo herói vai morar. É lá que todo herói será esquecido.

Um comentário:

Henrique/presunt00 disse...

mais um belo texto cara.... parabens
o mlk da foto eh muito lindo cara e gente boa tambem, o pai dele tambem eh gente boa huahuahauauh
eh nois